Marca que embolsou US$ 140 milhões em 2011 no Brasil espera fechar seu faturamento deste ano na casa dos US$ 200 milhões. Já pensou em investir?


A marca UFC (Ultimate Fighting Championship) que comporta diversas modalidades de luta – estas, conhecidas como MMA (Artes Marciais Mistas) – tem mostrado ao mundo e ao Brasil, que não é apenas no segmento do esporte que a mesma se destaca.
Com pouco mais de dois anos de atuação no mercado nacional, o registro que começou tímido em 2009, já faturou cerca de US$ 140 milhões com a venda de produtos e deve alcançar seus US$ 200 milhões ainda neste ano. “Temos um nicho muito grande a explorar em nosso País e já possuímos 24 contratos – um marco em termos de licenciamento”, diz o diretor da Exim Licensing Group, empresa que comercializa a marca no Brasil, Marcus Macedo.

Para se ter uma idéia, na mesma base comparativa, marcas como a ‘Moranguinho’, por exemplo, demoraram cerca de oito anos para conquistar 42 contratos. Já o ‘Pica-Pau’, com seis anos, apresenta apenas 34 contratos. “Conseguimos em dois anos de UFC o que a Moranguinho demorou quatro para conquistar, e isso, em um mercado adulto que é muito mais restrito que o infantil”, explica Macedo.

Quem já investe. Para quem não sabe hoje a marca já soma 500 produtos no território nacional. São camisetas, acessórios pessoais e esportivos, calçados, bebidas, cadernos, lápis, mochilas e bonés. “Nossa expectativa é que até 2014 o mercado nacional comporte 1.200 produtos”, declara Macedo.

Já investem na marca empresas como a Marc4, responsável pela licença de produtos têxteis, bonés e acessórios; a Ahona, que trabalha na fabricação de calçados; a Panini Brasil, no segmento editorial e a Xeryu’s, que atua diretamente com a confecção de produtos de volta às aulas.

“Em 2011 lançamos um álbum de figurinhas de UFC e o retorno foi bom, mas certamente se tivéssemos esperado para lançar o produto neste ano, o retorno seria muito melhor”, conta Macedo, que lembra que em breve um novo álbum será divulgado no mercado. E é bom lembrar, apesar da diversidade de produtos ainda há muito espaço para investir. “Não temos interesse no óbvio, mas sim em produtos que agreguem valor à marca. Ainda existe espaço para novos produtos como acessórios de luta e de cozinha, além de equipamentos eletrônicos, por exemplo,” informa o diretor da Exim.

Segundo ele, os atletas de UFC consomem muita proteína e para atendê-los, uma linha de cozinha seria fundamental. “Queremos idéias de produtos que possam facilitar o consumo destes alimentos pelos atletas e não simplesmente associar a imagem do UFC à um rótulo de tomate”, declara Macedo, que defende que as empresas interessadas nesse tipo de investimento precisem de boas idéias para ajudar a expandir a linha de produtos atual.

A Marc4, por exemplo, desenvolve toda uma linha de roupas e acessórios exclusivos para a prática do esporte. ”Produzimos roupas de treino, de passeio, sacos de pancada e bonés desde que a marca chegou ao Brasil. Em 2011, nosso primeiro ano de vendas registrou um crescimento de 100% na venda de nossos produtos após a associação com a marca”, conta o diretor da companhia, Artur Regen, que revela que sua produção de roupas atualmente está dividida entre o Brasil e a China.

“Cerca de 75% das roupas que comercializamos são fabricadas no Brasil e 25% delas na China. Já os bonés são todos de procedência chinesa, diferente dos equipamentos, que estão divididos entre a China (60%), a Índia e o Paquistão (30%)”, diz Regen.

Custa caro? Os empresários interessados em investir no licenciamento da marca UFC devem pagar um valor de 6% a 12% referente à aquisição do direito autoral. Normalmente os contratos têm vigência de três meses a dois anos e podem variar conforme com o tipo de produto a ser comercializado.

“Existem casos em que cobramos um valor de adiantamento da licença para nos certificar que o empresário irá se comprometer com a fabricação de um produto de qualidade. Ele deverá ainda se responsabilizar pelo canal de distribuição”, diz Macedo. E ao que parece, a marca costuma fazer tanto sucesso, que muitos empresários conseguem quitar o investimento antes mesmo do término do primeiro termo do contrato. “A Xeryu’s, por exemplo, desenvolveu uma linha de mochilas da marca e quitou o investimento em menos de um ano”, relata o diretor da Exim.

É brasileira, sim! Para quem não sabe, a marca UFC atualmente pertence à empresa norte-americana Zuffa, mas um dia tal registro já foi do Brasil. O feito pertenceu a Rorion Gracie, filho de Hélio Gracie – personalidade considerada o ‘pai’ jiu-jitsu brasileiro.

“O lutador criou o conceito UFC, em 1993. Seu intuito era desenvolver um evento que reunisse competidores das mais diversas artes marciais para combater entre si”, explicou o gerente de marketing da Marc4, Caiê Botelho. A princípio a moda não pegou. Por não possuir regras e ser um tanto quanto violento, o evento foi proibido em diversos estados norte-americanos, quadro que se reverteu somente após a compra da marca pela Zuffa, que se empenhou em criar regras para o combate que hoje é considerado uma das maiores marcas do esporte mundial.